Depois do 100 Maneiras, encerra hoje o memorável restaurante Vírgula...
"O antigo armazém que arrendámos ruiu durante as obras de adaptação a restaurante e gastámos 650 mil euros a construir o novo edifício que lá está”, responde um dos sócios, Pedro Rodrigues, para quem não é, por isso, justo que a administração portuária tivesse continuado a cobrar-lhe a renda inicialmente prevista “somente por 500 metros quadrados de terreno” à beira-rio.
Esta entidade contrapõe que o contrato que fez com o Vírgula determinou que a reconstrução do armazém ficaria a expensas do concessionário, como aliás aconteceu com todos os restantes estabelecimentos de restauração e diversão nocturna que se instalaram em antigas construções portuárias.
A administração portuária anunciou entretanto que irá baixar as rendas de todos os seus concessionários em 15 por cento durante pelo menos um ano, para os ajudar a enfrentar a crise económica. O proprietário do Vírgula diz, no entanto, que no seu caso isso não é suficiente – embora o restaurante também tenha sentido uma quebra na clientela a partir de Novembro que “veio agravar a situação”.
Pelas contas de Pedro Rodrigues, até há um ano atrás o restaurante havia pago 580 mil euros de rendas ao porto de Lisboa. A falta de pagamento originou uma ordem de despejo, acrescenta. Premiado no concurso gastronómico Lisboa à Prova, o Vírgula já tinha entrado para o guia Michelin de restaurantes. Poderá vir a reabrir noutro local. “Houve uma empresa que nos propôs instalações”, conta o sócio. Carré de borrego assado acompanhado de flores de aboborinhas com queijo de cabra e molho de pimentos assados é uma das especialidades da casa. Outra é a corvina assada com favinhas e morcela da Guarda. A filosofia do restaurante tem passado por cruzar a cozinha tradicional com a cozinha de pesquisa e a de autor." @ Jornal Público
Cá esperamos pelo novo projecto...
7 comentários:
Espero memso que consigam outro espaço, não sei se tão soberbo e majestoso como estas instalações. Por ter sido, uma felizarda em ter conhecido o Vírgula, e muito apreciado....Faço votos para que continuem a trabalhar, sem fechar portas ....e sim velhas "quezílias".
Por sorte também fui dos sortudos que conheceu o Vírgula, ficará agora nas nossas memórias boas.
Olá :)
Não conheço, mas aproveitei este momento em que li o teu post p uma partilha.
Se há tanto tempo se apertam os cintos em Portugal, que mais iremos nós apertar?
Por falar em cinto, aqui fica uma partilha que qualquer alma diz "sinto isto".
No outro dia estava a ver um programa sobre a fome em África e uma mãe dizia que conseguia passar 3 dias só c água p dar de comer aos filhos. Mas p que ñ tivesse fome LITERALMENTE aperta o estômago com um cinto.
E nós, vamos apertar o cinto ou aumentar o nº de furos aos nossos?
Não sei se é do sono, mas estou pessimista.
Estou a ver que comecaram a fechar os bons restaurantes em Portugal.
O "100 Maneiras" era fantastico...das melhores refeicoes que comi (sempre subjectivo). Tenho mesmo muita pena, pois era daqueles sitios que quando voltasse a Portugal gostaria de "re-visitar".
O Virgula, tambem optimo e com uma localizacao fantastica (nao fossem os chatos dos arrumadores)... embora, honestamente considerasse bastante caro para o que era... na minha opiniao a relacao qualidade/preco nao era a melhor.
Bem, mas felizmente ainda continuamos com optimos restaurantes em Portugal.
Obrigado pelas noticias, sempre me vou mantendo actualizado ;-)
que pena que a crise chegue à qualidade
beijos e boa semana
Passou-me ao lado, pelo menos do paladar...
E não pediram um apoio ao Estado :) naifs
Abraço
Basta ver pelo movimento de alguns spots mais frequentados para reparar que os excessos do palato começam a sentir na pela a tua crise.
Por outro lado, confesso que desde a introdução do euro que o hábito de jantar fora se foi reduzindo, especialmente por ver que o agravamento de preços foi hiper-inflacionado e que muitos dos ingredientes não justificam o preço final.
É no valor acrescentado que os restaurantes se tentam diferenciar mas tirando o hábito do sushi, onde de facto a matéria prima é bem mais cara, já passei a fase das loucuras gastronómicas.
Nesse sentido sou solidário com quem sente falta, e aproveito a dica do Dias: subsidio à rastauração.
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